Para compor nosso projeto da Mostra Cultural de Paraisópolis 2024, levamos duas turmas dos nossos estudantes para assistir à apresentação da rapper Katu Mirim. Ao final da apresentação, as crianças puderam fazer perguntas e tirar fotografias – foi um bate-papo esclarecedor.
Katu Mirim nasceu e cresceu no interior paulista, na cidade de Jundiaí. Com onze meses, foi adotada por um casal de não-indígenas. Veio a ter conhecimento de que era adotada ainda na infância e, aos treze anos, descobriu que era filha biológica de pai indígena e mãe negra. Descobriu que sua família biológica é
composta por indígenas e negros. Sua bisavó materna foi sequestrada da aldeia por seu avô; já sua família paterna tem como ascendente o povo Boe Bororo. Inicialmente Katu buscou informações sobre a etnia de seu
pai biológico e estudou sobre sua ancestralidade, resgatando sua autoestima e se afirmando como indígena Boe Bororo, que foi sequestrado de Mato Grosso e escravizado na cidade de Jundiai, deixando na cidade seus descendentes. Em 2017, estreou no rap com o single Aguyjevete voltando para o cenário musical com uma música que fala da resistência do povo indígena e negro. Antes disso Katu teve bandas de Rock
mas que não saíram da garagem…..
Vejam o relato de nosso aluno Leandro: “Hoje nós tivemos o prazer de ir assistir ao show da indígena Katu Mirim. Ela cantou músicas que ela mesmo compôs falando sobre como era ser uma indígena nos anos 90, pois sofria muito bullying. Uma curiosidade que ela nos ensinou que os povos nativos da língua Guarani não
falam “América” e sim “Abya yala”.
Relato do aluno Giovanny: “A visita ao teatro do CEU Paraisópolis foi muito legal, porque além de termos escutado vários RAPs, nós aprendemos também um pouquinho sobre a cultura indígena, por exemplo, eu aprendi que existem mais de 30 nações indígenas e mais de 200 línguas”. (F.H.)